Região de Machadinho conquista Indicação de Procedência (IP) da erva-mate
Decisão foi publicada pelo INPI no início de fevereiro
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![Região de Machadinho conquista IP da erva-mate](/upload/recortes/202502/12105416_178835_GD.jpeg)
A região de Machadinho teve o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), como produtora de erva-mate, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). A indicação está publicada na Revista da Propriedade Industrial (RPI) do dia 04 de fevereiro de 2025.
A solicitação foi feita em março de 2023 pela Associação dos Produtores de Erva-Mate de Machadinho (Apromate) e compreende os municípios gaúchos de Barracão, Cacique Doble, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Paim Filho, Sananduva, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro e Tupanci do Sul.
“A região de Machadinho tem esta proximidade com o produto erva-mate, que é uma identidade local, e isto possibilitou o desenvolvimento do setor ervateiro na região, sendo um dos polos ervateiros referência no Rio Grande do Sul pela tecnologia utilizada nos ervais, pela manutenção do trabalho com erva-mate e também pelo envolvimento com a pesquisa e o associativismo”, destaca o coordenador da Câmara Setorial da Erva-Mate da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Ilvandro Barreto.
História
Com base na documentação apresentada ao INPI, foi demonstrado que colonos italianos, procedentes da região serrana do Rio Grande do Sul, desenvolveram a atividade extrativista de erva-mate na região de Machadinho desde a segunda década do século XX.
Esse território foi ganhando notoriedade devido à quantidade e qualidade da erva-mate produzida, pois era daí que, desde os primórdios da colonização, partia a erva-mate para outras regiões. O local onde atualmente encontra-se Machadinho era foco dos primeiros exploradores por causa da abundância dos ervais que se desenvolviam à sombra das araucárias.
![A cultivar Cambona 4 tem ampla capacidade de produção de sementes, com alto percentual de germinação](/upload/recortes/202502/12102129_178821_GDO.jpeg)
Sabor mais suave
A cultivar da erva-mate denominada Cambona 4 teve origem em Machadinho na década de 1970. Distingue-se das demais pela maior velocidade de rebrote após a colheita das folhas, além de ampla capacidade de produção de sementes, com alto percentual de germinação, permitindo uma rápida multiplicação de seus descendentes.
A cultivar Cambona 4 é tradicionalmente misturada a outras plantas de erva-mate, um saber fazer local que torna o sabor do chimarrão mais suave. Para manter essa característica, os produtos da erva-mate (chimarrão, tereré e o chá mate tostado) devem ser constituídos por, no mínimo, 50% da Cambona 4 proveniente da área geográfica delimitada.
Sustentabilidade e economia
Na região, a Cambona 4 é plantada tanto ao sol quanto em sistema agroflorestal, isto é, associada a outras culturas agrícolas ou a diferentes espécies arbóreas. O sistema de plantio agroflorestal já possibilitou aos produtores obter várias premiações, como o Prêmio LIF de Responsabilidade Social, na categoria Meio Ambiente, concedido pela Câmara de Comércio França-Brasil, e o Prêmio Brasil de Meio Ambiente, edição 2007, na categoria Fauna e Flora.
A erva-mate é um ativo importante para a região de Machadinho porque contribui para o desenvolvimento territorial, com a geração de emprego e renda, além de preservar a história, os costumes e o legado de uma região conhecida por suas bebidas de típico sabor mais suave. De acordo com Ilvandro, os produtos são os mais variados, como a erva-mate para o chimarrão, tereré, chá-mate, cerveja, chopp, cosméticos, e tem até um Spa Ilex funcionando na região.
“Para a Câmara Setorial da Erva-Mate, esta notícia é a certeza da evolução do setor no Rio Grande do Sul, com cinco grandes regiões ervateiras que tem características próprias, formas distintas de trabalhar a erva-mate, terroirs diferentes, criando uma possibilidade imensa de diversificação de produtos oferecidos aos consumidores”, afirma Ilvandro. E conclui: “quem sabe em breve não teremos cinco IG´s, uma de cada região ervateira, fortalecendo ainda mais a erva-mate produzida no Rio Grande do Sul?”.
Veja aqui a publicação do INPI: Indicações Geográficas INPI Revista da Propriedade Industrial nº 2822
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