Estado elabora projeto de armazenagem de grãos na propriedade
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O projeto de armazenamento sustentável de grãos na propriedade rural, elaborado pelos técnicos o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) e a Emater foi discutido na manha desta sexta-feira (25), em reunião realizada na Secretaria da Agricultura, pecuária e Agronegócio.
Participaram da reunião o Secretário Adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, o Coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas, Milton Bernardes e os assessores técnicos do IRGA, Carlos Alberto Fagundes e João Felix Gimino para fazer uma avaliação do projeto de armazenamento sustentável de grãos na propriedade rural.
Esse projeto visa incentivar melhoria da infraestrutura de armazenamento e secagem dos principais grãos agrícolas produzidos no Rio Grande do Sul, especialmente milho, arroz e feijão, no próprio estabelecimento rural, visando à redução das perdas, e dos custos, a preservação da qualidade e o aumento na renda do produtor.
A ação faz parte do Plano Safra Estadual 2012/2013, lançado pelo Governador Tarso Genro em julho do ano passado. Desde lá, as equipes técnicas do Irga e Emater trabalham numa proposta preliminar que contempla basicamente três ações: a apresentação e divulgação aos municípios e produtores interessados no Programa de Armazenamento na propriedade; a capacitação de agentes fomentadores (técnicos, financeiros e políticos); e a elaboração de projeto técnico, com acompanhamento e orientação para acesso às linhas de financiamento e mecanismos de comercialização oficiais.
De acordo com Fioreze, o projeto vem ao encontro dos encaminhamentos das Câmaras Setoriais do milho e do arroz e da Câmara Temática da Infraestrutura Rural, que identificaram a falta de armazenagem adequada como um dos gargalos da pequena e media propriedade, o que afeta a cadeia produtiva do milho e as demais que dependem do grão, como, suínos, aves e leite.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Brasil só 15% da produção dos grãos agrícolas é armazenada na propriedade rural. Já em paises desenvolvidos, isso ocorre com no mínimo 35% da produção. No Brasil também ocorrem perdas quantitativas e qualitativas na ordem de 20 a 30% da produção nas etapas da pós-colheita como no transporte, na secagem e no armazenamento.
Os estudos preliminares dão conta da economia desses setores, no caso do milho, por exemplo, que tem perda acumulada entre secagem, armazenagem, transporte e impurezas de aproximadamente 26%, enquanto que, se fosse realizado dentro do estabelecimento rural ou próximo, pode-se reduzir para 4%. Já no caso do arroz, segundo o IRGA, os custos com secagem e armazenagem podem chegar a 33% da produção total, sendo que no estado existem cerca de 3.500 orizicultores que não possuem estruturas de armazenagem próprias, especialmente na Depressão Central.
Segundo o coordenador do projeto, Carlos Alberto Fagundes, uma estrutura de secagem e armazenagem de cinco mil sacos de arroz tem um custo aproximado de R$ 130 mil. Se, nesse caso, o produtor optar por esse investimento em silo-secador e financiar pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), ele teria uma prestação média de R$ 16 mil reais, a qual seria integralmente paga com diminuição dos custos de secagem e armazenagem fora da propriedade (estimado em R$ 18 mil/ano, para este volume de produção).
Na ocasião, também foi definido que, para a consolidação e ampliação dos benefícios da proposta será realizada uma reunião de trabalho na Secretaria da Agricultura, no dia 25 de fevereiro, às 14h, que reunirá representantes das Câmaras Setoriais e Temáticas , Emater, Irga, Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento e Secretaria da Fazenda.