Dom Pedrito recebe modernização de inspetoria e é referência em defesa da rastreabilidade
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Um dos municípios com maior população bovina e umas das melhores carnes do Brasil, Dom Pedrito, na Região da Campanha, é também o que mais defende, em parceria com Governo do Estado, a rastreabilidade como medida eficaz no controle de doenças e busca por melhores mercados à exportação. Embora o projeto de identificação individual dos animais tenha recebido resistência por parte algumas entidades de classe e sido retirado da Assembleia Legislativa ano passado, a luta por melhorar o status sanitário do gado de corte gaúcho ainda continua.
Nesta quinta-feira (05), a Secretaria da Agricultura entregou a modernização de umas das 248 Inspetorias de Defesa Agropecuária (IDA) e uma camionete para reforçar o serviço de fiscalização de fronteira. Em parceria com o Governo Federal, investimento de R$ 60 milhões está permitindo a reestruturação das unidades, compra de móveis, computadores e de mais de 200 veículos. Aliás, a cidade também será contemplada com R$ 500 mil, mais 20% de contrapartida municipal, do projeto estadual de modernização de parques e feiras e valorização da pecuária, adiantou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze.
“É um dever do Estado que não havia sido feito ao longo dos últimos 40 anos. Atender bem o produtor e melhorar autoestima dos nossos servidores são nossos compromissos. Aliado a isso, queremos elevar o status sanitário gaúcho e criar condições de competividade para que os produtos atinjam os mercados mais exigentes e que mais remuneram no mundo”, destacou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, durante inauguração da 132ª IDA.
Recuperação das estruturas públicas
Ao longo de três anos e meio, o Governo do Estado reestruturou não apenas a defesa agropecuária. Contratou mais de mil extensionistas à Emater; recuperou o protagonismo da Fundação Estadual de Pesquisa Agropeucária (Fepagro) com acréscimo de 150 servidores por concurso público, sendo 50 doutores alocados nas unidades do interior, onde não havia um pesquisador; No Instituto Riograndense do Arroz (Irga) instituiu o plano de cargos e salários e também, por meio de concurso público, chamou 137 servidores.
Politicas em todas as cadeias produtivas
Do ano passado pra cá, o trabalho em conjunto com o setor já fez aumentar em um milhão de litros a produção de leite no Estado, dentro da meta de duplicá-la em dez anos. A criação do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), amplamente discutido na Câmara Setorial da Secretaria da Agricultura, combinada com os programas Prodeleite e Fundoleite, representará o antes e o depois do setor, projeta Fioreze.
Maior cadeia no âmbito econômico e social, o leite abrange 120 famílias, na maioria pequenos e médios produtores, seguida do fumo, com cerca de 90 mil. Por mês, a atividade se traduz num ganho certo. “Vamos duplicar, sim, a quantidade, mas com qualidade e, principalmente, sanidade”, defendeu o secretário.
Além das inspetorias, os seis postos de divisa passam por reformulações. Estratégicos na troca de informações sanitárias e fazendárias com Santa Catarina, por exemplo, são os caminho para que os produtos gaúchos ganhem mercado em São Paulo e outros regiões, pontuou Fioreze. Na semana passada, os dois estados comemoraram em Torres, no Litoral Norte, a abertura pela primeira vez do corredor de passagem (sanitário) pela BR-101.
Com status sanitário mais elevado do que o RS, o estado vizinho relutou anos para atender ao pedido. “O que só foi possível graças aos investimentos que temos feito na defesa, o que nos levará, em breve, a outro patamar. Nossa meta é, daqui um tempo, atingir o mesmo status catarinense de livre da febre aftosa sem vacinação, o único no País. Assim como eles, também queremos exportar para o Japão. Inclusive, para poder comprar suínos de Santa Catarina, uma das exigências do país asiático era de que eles fizessem a rastreabilidade bovina. E fizeram”