Artigo sobre manejo em pastagem natural é publicado em revista internacional
Publicação:
O pesquisador Júlio Kuhn Da Trindade, da Fepagro Forrageiras, de São Gabriel/RS, teve recentemente um artigo aceito para publicação na revista Rangeland Ecology and Management. O trabalho ?Oferta de forragem como meta de manejo do pastejo: implicações sobre o tempo de pastejo e procura por forragem? foi desenvolvido em parceria com professores, estudantes e pesquisadores da Ufrgs, Embrapa CPPSul (Bagé) e Universidad Nacional Del Centro de La Província de Buenos Aires. A pesquisa conduzida em pastagem natural na Estação Experimental da Ufrgs, em Eldorado do Sul, mostra a importância de se manejar a pastagem natural do Bioma Pampa por meio de metas de pasto, ou seja, através do controle da quantidade de forragem por unidade de área de pastagem, da altura do pasto e do nível de ocorrência de touceiras. Os pesquisadores trabalharam com a hipótese de que estas variáveis do pasto, que podem ser facilmente medidas na pastagem, apresentam relações importantes com o comportamento de bovinos em pastejo. Segundo o pesquisador, a obtenção de níveis satisfatórios de desempenho animal depende fortemente de condições que promovam elevado consumo de forragem. Durante o trabalho, foi avaliado o tempo de pastejo diário e o deslocamento de novilhas de corte, variáveis estas que apresentam relação com o consumo de forragem e desempenho dos animais. Os resultados apontam que independente do nível de oferta de forragem que bovinos de corte têm a disposição na pastagem, as melhores condições de pasto para os animais é quando estes encontram massa de forragem entre 1400 e 2200 kg de matéria seca/ha, altura do pasto entre 8 e 13 cm e um nível de touceiras que não ultrapasse mais do que 35% de cobertura da área. Nesta situação de manejo de pasto há possibilidade de incrementar o desempenho de herbívoros domésticos, com importantes consequências econômicas e, provavelmente, ecológicas, afirma ele. As pesquisas desenvolvidas em p astagens naturais em todo o mundo mostram que lotações animais moderadas promovem maior diversidade, rendimentos da atividade pecuária e riqueza florísticas nos campos. O pesquisador explica que para a melhoria na utilização das pastagens é necessário que se proceda ao correto entendimento e controle das variáveis que compõem o ecossistema pastoril. As práticas de manejo que interferem na forma como a forragem é disponibilizada aos animais podem refletir em mudanças nos padrões comportamentais, procura por alimento e consumo de forragem por ruminantes. Isto, conforme ele, pode implicar em variações na eficiência do processo de pastejo, no equilíbrio das relações planta-animal e na possibilidade de manutenção e aumento da biodiversidade, assegurando também o cumprimento da função ecológica das pastagens naturais do Bioma Pampa. Para conferir o trabalho acesse o link: http://www.srmjournals.org/doi/abs/10.2111/REM-D-11-00204.1
Gislaine Freitas (RMTb 6637)
Divisão de Comunicação Social/ Imprensa
FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA