Em 2025, o Projeto de Educação Sanitária nas Escolas desenvolvido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) completa 15 anos de atividade, desde a implantação do projeto piloto, desenvolvido em cinco escolas da zona rural no município de Arroio Grande. A Supervisão Regional de Pelotas da Seapi foi pioneira em levar informações sobre temas voltados à saúde única (humana, animal e meio ambiente) para o meio escolar, principalmente em escolas da zona rural do Estado.

O início foi marcado pelo empenho da responsável pelo setor de educação sanitária da Supervisão Regional de Pelotas, Neila Machado Vieira que, juntamente com o idealizador do projeto, Clovis Machado (já aposentado) conseguiu transformar em realidade as ações focadas em saúde única nas variadas redes de ensino, em municípios da região de Pelotas. “Cada ação ministrada em instituição de ensino, contribui para o trabalho técnico de controle e fiscalização e no encaminhamento das situações de risco à saúde da população” explica Neila. “As crianças são pequenos cidadãos disseminadores em potencial, que reproduzem as situações ocorridas no grupo familiar ou vizinhança, reforçando as ações do serviço oficial”, afirma.

O projeto piloto iniciou em 2010, com direito a concurso artístico para a criação de um mascote. A aluna vencedora recebeu um computador como prêmio, além de ver sua criação, o mascote Sanitarito, sair do papel para virar uma presença constante em eventos de educação sanitária em todo o Estado. A produção do boneco foi possível através da parceria com empresas privadas da região.

A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA/Seapi), Rosane Collares, destaca que é essa é uma metodologia que deu certo e tem se expandido. “Lá no início entendemos que era um projeto visando a manutenção dos jovens no campo, trabalhando e levando informações para que eles pudessem transmitir o conhecimento aos seus pais, principalmente nas questões ligadas à saúde animal e pública. Acreditamos muito nesse projeto, pela capacidade do jovem de absorção e de entendimento”, ressalta.

Hoje o setor de educação sanitária da Regional de Pelotas implanta ações de palestras, concursos e ações conjuntas nos municípios de Arroio do Padre, Arroio Grande, Cerrito, Herval, Jaguarão, Pinheiro Machado, Morro Redondo, Pedro Osório, Pelotas, Turuçu e Capão do Leão. Em Pelotas, as ações também beneficiaram jovens em cumprimento de medida socioeducativa, desde 2017, quando a implantação do trabalho na Escola Estadual Dom Antônio Zattera, localizada no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), foi aprovada pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) e apoiada pelo Ministério Público Estadual de Pelotas. Outro destaque é o espaço lúdico destinado a receber crianças no prédio da Regional de Pelotas.

Santa Maria também é case de sucesso

Na Supervisão Regional de Santa Maria da Seapi as ações de educação sanitária em escolas iniciaram em 2011 com um projeto piloto na Escola Estadual de Ensino Fundamental Almiro Beltrame, no município de Santa Maria, chegando a atingir 14 escolas municipais e estaduais entre os anos de 2012 e 2015. O projeto foi colocado em ação pela supervisora regional e fiscal agropecuária da Seapi, Gisane Lanes de Almeida, e hoje está ativo em quatro escolas estaduais de zona rural do município, além de estar presente também nos municípios de Formigueiro, São Sepé e Jari.

Assim como na Supervisão Regional de Pelotas, na Regional de Santa Maria são abordados os mais variados temas, desde zoonoses como febre aftosa, tuberculose, brucelose, raiva herbívora, até sanidade de diferentes espécies de animais, uso correto e seguro de agrotóxicos e bem-estar animal.

Projeto em expansão no Estado

As Supervisões Regionais de Pelotas e Santa Maria realizaram 159 ações em escolas de julho de 2023 a dezembro de 2024, com um público atingido de mais de 5.800 pessoas entre alunos, professores e funcionários de escolas.

Conforme o coordenador de Educação Sanitária da Seapi, Felipe Lopes Campos, hoje o projeto está em expansão dentro do Estado, com a meta de que todas as 15 regionais façam adesão. “Os objetivos e expansão do projeto se darão dentro das próprias regionais, então cada regional, semestre a semestre ou ano a ano, consegue aumentar o número de escolas com ações educativas e as regionais de Santa Maria e Pelotas que já estão com essas ações implantadas permanecem com seu trabalho”, afirma.

Como coordenador estadual de educação sanitária, Campos considera a experiência do projeto em escolas como um dos pontos altos no sistema de ações em educação em saúde. “Nas escolas nós trabalhamos com a questão geracional, com indivíduos que estão dentro de sua formação escolar, adquirindo conhecimento que, em algum momento, será propagado para a sociedade”, avalia.