Programa Leite Saudável deve beneficiar 132 municípios do Rio Grande do Sul
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A Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) participou nesta quarta-feira (21/10) do lançamento no Estado do programa Leite Saudável, que deve beneficiar pequenos produtores de leite de 132 municípios do Rio Grande do Sul e de outros quatro estados brasileiros. Lançada em Brasília no dia 29 de setembro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a iniciativa terá investimentos de R$ 387 milhões, até 2019, para promover a ascensão social de 80 mil produtores e a melhorar a competitividade do setor lácteo brasileiro.
“Esta é uma alternativa de melhoria contínua para a cadeia do leite, para sanidade, qualidade e defesa”, disse o secretário da SDR, Tarcisio Minetto. “Precisamos avançar em uma série de metas, especialmente em relação à produtividade no leite, como fizemos com a produção de grãos.” A reunião foi reaizada no auditório do Mapa na capital gaúcha e teve como objetivo definir como será a execução do programa no Estado.
O ato de apresentação em Porto Alegre teve a presença do secretário Nacional de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo , Caio Rocha; do secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo; do superintende do Senar-RS, Gilmar Tietböhl, entre outras autoridades.
O programa prevê um conjunto de ações para aumentar a renda dos produtores e melhorar a produtividade e a qualidade do leite, além de ampliar os mercados interno e externo. Farão parte do programa os cinco principais estados produtores de lácteos do país: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Juntos, eles representam 72,6% da produção nacional.
O programa terá sete eixos de atuação: assistência técnica gerencial, melhoramento genético, política agrícola, sanidade animal, qualidade do leite, marco regulatório e ampliação de mercados.
Serão oferecidos, por dois anos, cursos técnicos e de gestão com o objetivo de melhorar a produtividade e a qualidade do leite, ampliando a renda do produtor. Com maior competitividade, será possível elevar 80 mil produtores das classes D e E para a classe C. Transportadores e técnicos dos laticínios também estão no foco do programa.
Os produtores receberão visitas mensais de técnicos, que farão supervisão das propriedades e elaborarão um cronograma de capacitação voltado ao trabalhador da cadeia de leite. Haverá ainda atualização técnica para os transportadores e um ciclo de capacitação para os operadores dos laticínios.
Com o objetivo de elevar os índices de produtividade do rebanho leiteiro, o Mapa e o Sebrae selecionarão agricultores com potencial de adotar práticas de melhoramento genético, ampliando em 30% a 40% o uso de inseminação artificial. O programa também fornecerá embriões geneticamente melhorados a 2.400 propriedades.
A fim de ampliar a produtividade dos rebanhos, o Mapa intensificará o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal. Sem as doenças, o país também vai ampliar o acesso aos principais mercados importadores e reduzir os casos de transmissão a humanos.
O programa prevê a criação, em parceria com a Embrapa, de um sistema de inteligência para gerenciamento de dados da qualidade do leite e a ampliação da unidade do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Pedro Leopoldo (MG). O Mapa também vai intensificar a implementação do Plano Nacional de Qualidade do Leite e aprimorar a base de dados dos serviços de inspeção do produto.
O ministério vai atualizar e adequar as legislações do setor lácteo, a fim de garantir a qualidade dos produtos e a saúde pública, diminuir os custos de produção e gerar renda aos produtores.
Alterações no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Anima l (Riispoa), por exemplo, vão regulamentar procedimentos, instalações e equipamentos exigidos para as pequenas agroindústrias, que passarão a produzir produtos lácteos, como queijos artesanais, de forma legalizada e com segurança alimentar.
O programa Leite Saudável também visa a triplicar as exportações, com foco nos mercados da China – que compra 14% de toda a produção mundial de leite, o equivalente a US$ 6,4 bilhões – e da Rússia, que importa anualmente US$ 3,4 bilhões.
O Leite Saudável é resultado de uma ampla parceria com as entidades representativas do setor produtivo, que foram permanentemente consultadas durante a elaboração do programa. Além do Sebrae, apoiam o projeto a Embrapa, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios, a G100 – Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) e associações de raças leiteiras.