Fazer um diagnóstico da ovinocultura na serra gaúcha é o objetivo do trabalho desenvolvido pelo pesquisador Alexander Cenci, do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Alimentos e Bebidas (Ceab), de Caxias do Sul. O Ceab faz parte da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

A pesquisa está na fase de coleta de dados e vai mapear a atividade da ovinocultura nos 49 municípios da Serra Gaúcha, que inclui os Coredes Serra, Hortênsias e Campos de Cima da Serra. “A ovinocultura na serra tem particularidades em relação a outras regiões do estado, como questões relacionadas ao turismo, ao tamanho das propriedades. E a pesquisa tem por objetivo mapear estas particularidades”, destaca Cenci.

O questionário vai estar aberto até o início de dezembro e é aberto a todos que trabalham com ovinocultura, desde grandes, médios e pequenos produtores, até aqueles que tem sítio com poucos animais na propriedade. Para participar da pesquisa, basta entrar em contato com o escritório da Emater do seu município. Os resultados devem ser divulgados no início de 2025.

“A ideia é que, com esta pesquisa, possamos apoiar a cadeia produtiva da ovinocultura na serra a se estruturar melhor, ampliar o comércio e o consumo de carnes, fomentar a cadeia no todo a partir das particularidades da região”, destaca Cenci. Conforme dados de 2023 da Secretaria da Agricultura, coletados a partir da Declaração Anual de Rebanho, nos 49 municípios que abrangem a pesquisa, existem 2.682 propriedades que possuem ovinos, totalizando 76.241 animais.

A pesquisa foi apresentada na última quinta-feira (21/11), em São Francisco de Paula, durante o 3º Seminário de Ovinocultura dos Campos de Cima de Serra. O evento foi uma parceria da Seapi com a Emater/RS-Ascar e o Grupo de Criadores de Ovinos de Cima da Serra (CROCS), formado por ovinocultores de São Francisco de Paula, Canela e Gramado. Cerca de 150 pessoas participaram do evento.

O encontro teve por objetivo fortalecer a cadeia produtiva e discutir os desafios do setor, e contou com mostra de animais, oficinas práticas de cortes de carne, técnicas de artesanato em lã e gastronomia. Os participantes também tiveram a oportunidade de acompanhar a dinâmica de manejo sanitário, apresentada pelo fiscal estadual agropecuário da Seapi, Aurélio Vieira.

O analista agropecuário da Seapi, Gabriel Fiori, falou sobre as principais políticas públicas para a ovinocultura. “Eu trouxe algumas políticas específicas para o setor como o Fundovinos, que custeia atividades de participação em feiras e eventos, mostrei algumas ferramentas que estão disponíveis para os ovinocultores no Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro) e também falei das ações desenvolvidas pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict)”, destacou Fiori.

Simagro

O produtor que acessar o Simagro vai ter um suporte para o manejo dos animais, tendo disponível uma previsão de risco associada às condições meteorológicas, podendo evitar prejuízos devido às mudanças mais repentinas. Para acessar o sistema, é preciso clicar na página mapas agrometeorológicos do Simagro, selecionar o modelo Sophia, e o parâmetro, no alto, à esquerda, Chill Index ovinocultura (como está demonstrado na imagem).