Entidades avaliam os 4 anos de certificação internacional do RS como zona livre de febre aftosa sem vacinação
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Desde maio de 2021, o Rio Grande do Sul é certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como zona livre de aftosa sem vacinação. E para lembrar esse marco histórico e as repercussões desta conquista, entidades do setor produtivo fazem uma avaliação do período e as perspectivas futuras.
ABPA
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, “o reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação no Brasil, incluindo o Rio Grande do Sul, foi uma decisão importante e estratégica para ampliar o acesso a mercados internacionais e fortalecer a competitividade do setor de proteína animal. Portanto, esse certificado reforça a imagem sanitária do Brasil, um ativo essencial nas negociações internacionais”.
Ricardo Santin aponta que o desafio sanitário é permanente em todo mundo. Diz ainda que “a união entre produtores, indústria e órgãos de defesa sanitária é essencial para garantir a biossegurança da proteína brasileira.” Santin avalia que é fundamental manter a transparência nos processos e cumprir rigorosamente os protocolos a fim de preservar a imagem do Brasil como um fornecedor confiável. “O Brasil tem uma estrutura robusta de vigilância e controle sanitário e seguiremos produzindo com excelência e mantendo nossa posição como um dos maiores exportadores de proteína animal do mundo”, conclui.
Fundesa
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber, fala que os avanços no status sanitário decorreram de um trabalho bastante intenso, permitindo que “o Estado desse esse passo, colocando o Rio Grande do Sul num outro patamar, numa concepção de produção com sustentabilidade e sanidade”. De acordo com Kerber, isso fez com que países importadores, que realizaram missões técnicas para avaliar essa nova condição do Estado, tivessem uma visão positiva.
O presidente do Fundesa considera que esse foi o caso do Chile e da República Dominicana e Filipinas, que passaram a ser destino de carne suína do Rio Grande do Sul e do Brasil, maior do que a própria China.
Rogério Kerber diz que “temos condições diferenciadas e o Rio Grande do Sul vem sendo reconhecido pelos mercados. Claro que nem todos os mercados ainda estão acessíveis, pois além da certificação de área livre de febre aftosa existem outros requisitos que impedem o Rio Grande do Sul de estar presente em outros mercados mais exigentes”, analisa. É o caso da rastreabilidade individual bovina, “que tem países que nós não temos condições de alcançar, como a Coreia do Sul e o Japão. Mas temos grandes esperanças, também agora num curto espaço de tempo, de alcançar ainda o México, o Canadá, os Estados Unidos, que ainda não foi possível receber missões e avaliar carnes bovina e suína”.
Farsul
Na análise do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, os quatro anos de certificação internacional e os cinco de zona livre de febre aftosa é sem dúvida um importante passo.
“A obtenção do status de livre de aftosa sem vacinação elevou o Rio Grande do Sul a outro patamar no cenário internacional e demostra para aqueles países que possuem interesse em nossa carne bovina que entregamos não apenas uma carne de muita qualidade, mas, também extremamente segura para o consumo”, declara.
Gedeão Pereira avalia que não é apenas na questão da própria aftosa, mas na aplicação das boas práticas de produção como um todo. E isso, “sem dúvida nenhuma, é mérito do nosso produtor rural”, sinaliza.
Em seu diagnóstico, o presidente da Farsul diz que “aos olhos do planeta, o nosso país é sim, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, e que se encaminha para que, daqui uns 15 anos, mais ou menos, seja o maior, e as proteínas estão inseridas nesse contexto”, analisa.
Febrac
O presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Marcos Tang, destaca que “não há como não enaltecer os esforços conjuntos das autoridades sanitárias do governo e também dos produtores, que fizeram o seu trabalho e conseguiram uma conquista conjunta”. Tang diz que isto significa um avanço, pois mostra que “conseguimos, quando queremos e fizemos, alcançar status sanitários que nos deem representação regional, estadual, nacional e mundial”, analisa.
Marcos Tang aponta que os intercâmbios comerciais são necessários para avanços fundamentais para o mercado se consolidar como produtores de proteína animal de altíssima qualidade. Ele observa que o futuro passa pela gestão compartilhada. Para isso, a união entre órgãos sanitários, comunicação clara com os produtores, disseminando mais conhecimento da “porteira para dentro” entre secretarias e inspetorias veterinárias em nível nacional se faz necessária.
Com isso, as associações, na opinião de Tang, devem orientar seus associados para enfrentamento de qualquer adversidade. Defende que “a luta de anos foram transformados em virtudes de responsabilidade compartilhada, o que agrega em qualidade sanitária animal”, conclui o presidente da Febrac.
Na opinião dos presidentes da ABPA, Fundesa, Farsul e Febrac a palavra cooperação é a chave do sucesso. As entidades enfatizam o consenso e o engajamento de produtores e organizações. As entidades registram a busca por melhorias e educação sanitária, que é um esforço conjunto comprovado pelos quatro anos de certificação do Rio Grande do Sul pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e pelos cinco anos do Estado como zona livre de aftosa, possibilidade atingida pela vigilância constante para que este selo de excelência se mantenha.