“Agroflorestas e Políticas Públicas” foi o tema da mesa de abertura do “Seminário de Gestão Comunitária Territorial da Forqueta – Foco Agroflorestas”, que ocorreu nesta segunda-feira (7/4), em Maquiné. O pesquisador Rodrigo Favreto representou o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa da Agricultura Familiar (Ceafa) do município, vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi). O evento contou com a presença de cerca de 50 pessoas.

Segundo Favreto, devido à atuação com a temática de Sistemas Agroflorestais (SAFs), o Centro de Pesquisa foi convidado na condição de um dos debatedores na Mesa de Abertura. No seminário também teve uma apresentação sobre certificação agroflorestal e projetos técnicos de Recomposição Florestal Obrigatória, pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), exposição sobre SAFs da localidade e diálogo sobre desafios e oportunidades das agroflorestas. Por fim ocorreu exposição e oficina de “Solos e Agroflorestas” pela professora da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Fabiane Vezzani.

Favreto esclarece que o evento se insere nas atividades do projeto “Retomada Agroecológica - Fortalecendo SAF's em Rede no Vale da Forqueta”, e foi organizado pela Associação de Moradores da Forqueta e diversos parceiros. “Os objetivos do seminário foram a capacitação técnica dos participantes do projeto e o fortalecimento da relação com os agentes de Estado executores de políticas públicas ligadas aos temas do projeto”, explica o pesquisador.

O projeto é apoiado pelo Fundo CASA Socioambiental, com a finalidade de aumentar a coesão comunitária dos moradores do Vale da Forqueta através do impulsionamento dos sistemas agroflorestais (SAFs), com impacto na geração de renda, soberania alimentar, resiliência climática e saúde mental.

“O Litoral Norte do Rio Grande do Sul, especialmente o município de Maquiné e sua localidade de Forqueta, foi duramente atingido pelas enchentes de 2023 e 2024. Assim, a região luta para restabelecer sua dinâmica social e seus sistemas produtivos”, diz Favreto. “Ao mesmo tempo, o local é reconhecido de longa data pela quantidade de sistemas agroflorestais agroecológicos. Segundo a Sema, cerca de um quarto dos certificados agroflorestais do RS foram emitidos para a região Litoral Norte. Hoje a região conta com mais de 70 sistemas agroflorestais com certificação pela Secretaria”.

Favreto acrescenta que, nesse contexto, a oportunidade foi importante para o DDPA apresentar seus trabalhos desenvolvidos e em andamento. “Além de estabelecer novos contatos com a comunidade, especialmente com a possibilidade de firmar novos projetos e parcerias relacionados a sistemas agroflorestais e recursos genéticos nativos”.