Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Secretaria da

Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação

Início do conteúdo

Chimarrão com Inovação debate a doença esporotricose

Publicação:

Capa Chimarrão com Inovação
-

A esporotricose (doença causada por fungos do tipo Sporothrix spp, que pode ser transmitida entre animais e humanos) será o tema do próximo Chimarrão com Inovação. O evento on-line, com transmissão gratuita, ocorre nesta sexta-feira (11/4), às 10h, pelo canal do DDPA no Youtube.

Conforme o palestrante, médico veterinário e pesquisador do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal (IPVDF), Flávio Silveira, a esporotricose é uma micose infecciosa emergente, de caráter crônico, que afeta humanos e animais. “É causada pela introdução, por meio de traumas cutâneos ou subcutâneos, de fungos do complexo Sporothrix schenckii. Atualmente, a doença é considerada a epidemia zoonótica que mais cresce no Brasil devido ao surgimento da espécie Sporothrix brasiliensis da qual os felinos são os principais transmissores para humanos e outros animais”, explica.

Silveira conta que o objetivo da palestra é apresentar o panorama da epidemia de esporotricose animal na região metropolitana de Porto Alegre, discutindo as características fenotípicas e genotípicas, o perfil de resistência a antifúngicos do agente etiológico e a caracterização epidemiológica dos casos de esporotricose na região, uma das áreas com maior crescimento da doença no Rio Grande do Sul.

“Depois da enchente de 2024, o número de casos da doença aumentou 172,57% no município de Guaíba. Antes dela, em 64 amostras testadas, 22% deram positivo para a doença em animais (felinos e caninos)  e 78% negativo. Depois, em 85 amostras testadas, 44% deram negativo e 56% positivo”, esclarece Silveira.

De acordo com o pesquisador, o aumento provavelmente pode ter ocorrido devido à aglomeração dos animais em abrigos ou lares temporários, onde puderam transmitir o agente entre eles. “Mas mesmo os animais que ficaram soltos podem ter adquirido o agente com outros animais também livres. A doença tem um período de incubação (onde as lesões e sinais clínicos não ficam aparentes) de três a quatro meses. Foi o que de fato detectamos, pois três meses após a enchente, começamos a receber cada vez mais amostras para o exame da esporotricose”.

Silveira destaca que o IPVDF vem trabalhando no tema desde 2023, e a linha de pesquisa está ancorada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Animal (PPGSA) do Instituto, com parceria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Centro de Biotecnologia (Cbiot) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e financiamento do CNPq.

“Estamos iniciando uma pesquisa para saber se esses animais positivos pós-enchente passaram ou não por abrigos. Então não tem como dizer que ter passado por um abrigo foi determinante para manifestar a doença. Mas sabemos que a doença só é transmitida por inoculação do agente direto na pele ou no tecido subcutâneo do animal e de forma traumática, ou seja, por arranhões ou mordeduras de outros animais já doentes (forma mais comum no Brasil hoje) ou ainda por farpas de madeira ou espinhos de plantas contaminadas por outros fungos do complexo Sporothrix schenkii (forma rara)”, finaliza Silveira.

 

Serviço

O quê: Chimarrão com Inovação

Quando: sexta-feira (11/4), às 10h, de forma on-line e gratuita

Onde: Canal de Eventos do DDPA/Seapi no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=puKzR5JaXy8

 

Mais notícias

Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação