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Ato em Veranópolis celebra 105 anos da pesquisa agropecuária gaúcha

Evento lançou movimento para apoio à restauração de prédio histórico, o Castelinho

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A chefe do Cefruti e bióloga, Cláudia Fogaça, durante o evento
A chefe do Cefruti e bióloga, Cláudia Fogaça, durante o evento - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi
Por Darlene Silveira

A história da pesquisa agropecuária, que completou 105 anos dia 30 de maio de 2024, foi celebrada novamente nesta sexta-feira (30/5) na Casa de Cultura Frei Rovílio Costa, em Veranópolis, região da Serra Gaúcha. Na ocasião, foi lançado um movimento para mobilizar parceiros para o restauro do Castelinho, um prédio de 1919, em estilo europeu (da então Tchecoslováquia), tombado como patrimônio municipal de Veranópolis. Ele fica dentro do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (Cefruti), vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi) e funcionou como a primeira sede da então Estação de Seleção de Sementes de Alfredo Chaves, em 1919.

A chefe do Cefruti e bióloga, Cláudia Fogaça, destacou que, ao longo de mais de um século de história, o Centro de Pesquisa de Veranópolis tem sido uma verdadeira referência na pesquisa e inovação agrícola, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da região e do Estado.

“Hoje celebramos a fruticultura, iniciada em 1980 com a macieira, seguida por inúmeras outras culturas, tornando-se hoje o Cefruti, referência regional e estadual em estudos com frutíferas”, afirmou Cláudia. “A nossa atuação, ao lado de inúmeras instituições parceiras, aliada à força do setor produtivo, à coragem e ao empreendedorismo dos nossos agricultores, transformaram a agropecuária em um dos pilares da economia gaúcha e brasileira, sendo hoje uma das grandes provedoras de alimentos para o mundo”, disse com orgulho a bióloga.

Ela alertou ainda: “precisamos também olhar para o futuro. Os desafios que nos aguardam incluem a necessidade de inovarmos ainda mais, de nos adaptarmos às mudanças climáticas, de incorporarmos novas tecnologias, encontrarmos soluções tecnológicas para os problemas do setor primário. E é preciso fortalecer as parcerias para superar os desafios e as dificuldades e continuar promovendo avanços que beneficiem toda a sociedade”, concluiu Cláudia.

A chefe da Divisão de Pesquisa do DDPA, Maria Helena Fermino, no encontro de hoje em Veranópolis
A chefe da Divisão de Pesquisa do DDPA, Maria Helena Fermino, no encontro de hoje em Veranópolis - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

A chefe da Divisão de Pesquisa do DDPA, Maria Helena Fermino, falou que, apesar das mudanças institucionais, organizacionais e administrativas, o objetivo sempre foi o mesmo: executar pesquisas que contribuam para o desenvolvimento do setor agropecuário e do estado do Rio Grande do Sul.

“A pesquisa agropecuária oficial do Estado foi o alicerce sobre o qual toda a pesquisa agropecuária e o consequente desenvolvimento se assentaram. Depois, outras instituições se juntaram e, hoje, são muitos aqueles que contribuem para a economia do Rio Grande do Sul, como universidades federais, unidades da Embrapa, institutos federais, escolas técnicas e universidades privadas”, pontuou Maria Helena.

“No entanto, é necessário que se reconheça o que se fez e o que se faz, porque quem não sabe de onde veio, não sabe por que está aqui, nem para onde vai”, alertou a chefe da Divisão de Pesquisa. “Pretendemos em breve, com a ajuda da comunidade de Veranópolis, restaurar o prédio do Castelinho e torná-lo um museu da pesquisa agropecuária oficial do RS”.

Por sua vez, o prefeito de Veranópolis, Cristiano Dal Pai, afirmou que o Cefruti entrega muito em termos de pesquisa para o Rio Grande do Sul. “Nós temos de técnicos a doutores trabalhando aqui. E todo o serviço prestado em Veranópolis se estende para todo o Estado, como melhoramento genético em  fruticultura, por exemplo”, afirmou. “O município está entre os cinco maiores produtores de fruticultura do Rio Grande do Sul. E o Cefruti estar inserido em Veranópolis nos dá uma tranquilidade muito grande, porque sabemos que nossa produção está em boas mãos”, destacou Dal Pai.

O assessor do Departamento de Infraestrutura e Usos Múltiplos da Água (Dinfra) da Seapi, Jonas Antônio Soares, esteve representando o secretário da Agricultura, Edivilson Brum. “Tenho o privilégio de representar o secretário nesta data histórica em que comemoramos 105 anos do primeiro centro de pesquisa do Rio Grande do Sul”, enfatizou. “Fica aqui nosso parabéns por todo trabalho prestado ao Rio Grande do Sul”.

História do Cefruti começou em 1919, em Veranópolis, com outro nome e função.
História do Cefruti começou em 1919, em Veranópolis, com outro nome. - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

História

Tudo começou em 1919, em Veranópolis, com a criação da Estação de Seleção de Sementes de Alfredo Chaves, hoje Cefruti. Essa unidade participou, com atuação fundamental, da evolução da produção primária gaúcha.

A unidade de Veranópolis iniciou seus trabalhos com a cultura do trigo, no início da década de 1920, o que representou o primeiro registro de pesquisa com o cereal no País. Posteriormente, as pesquisas focaram no melhoramento genético do milho e da soja, sendo que algumas das primeiras cultivares, lançadas no Estado nas décadas de 1930 e 1940, foram desenvolvidas no Cefruti. A unidade também fez pesquisas com outras culturas anuais a partir da década de 1960, entre elas feijão, sorgo, mamona, girassol e batata-doce.

A partir da década de 1980, por demanda regional, especialmente relacionada à cultura da macieira, o Centro iniciou suas atividades de pesquisas com fruticultura. Tais pesquisas se intensificaram e passaram a abordar demais frutíferas de clima temperado em função da localização estratégica do Centro de Pesquisa na região ecofisiográfica da Encosta Superior da Serra do Nordeste (Serra Gaúcha).

Atualmente, as ações de pesquisa da unidade caracterizam-na como centro de referência do DDPA em fruticultura de clima temperado. As principais linhas de pesquisa abrangem melhoramento genético, fisiologia e manejo vegetal e agrometeorologia e sensoriamento remoto, visando ao fortalecimento de cadeias produtivas frutícolas, sejam elas emergentes ou consolidadas, no Rio Grande do Sul.

Movimento para apoio à restauração do Castelinho

A chefe do Cefruti, Cláudia, contou que está sendo feito um movimento para arrecadar parceiros para a restauração do Castelinho. “Com esse evento comemorativo aos 105 anos da pesquisa agropecuária gaúcha, nada mais apropriado do que fazer com que as autoridades aqui presentes também celebrem e participem apoiando na possibilidade de restauro desse prédio histórico”, disse. “A ideia é que ele se torne um museu ou um memorial para a comunidade, não só de Veranópolis, mas para toda a região, que abrange também os municípios de Vila Flores, Nova Prata, Fagundes Varela e Cotiporã”.

Documentário conta os 105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha
Documentário conta os 105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

Documentário

Durante o evento, foi exibido o documentário de 47 minutos: “105 anos da Pesquisa Agropecuária Gaúcha”, produzido pelas equipes da Assessoria de Comunicação Social (Ascom) e do DDPA da Seapi no ano passado.

Na ocasião do lançamento, o diretor do DDPA, Caio Efrom, disse que o audiovisual era uma pequena parte da história dos 105 anos de pesquisa agropecuária estadual e também da continuação do legado, executado atualmente pelos servidores do DDPA/Seapi. “É um trabalho muito bem editorado pela equipe de Comunicação, que nos emociona, pois somos sabedores dos diversos desafios enfrentados e que até hoje são vencidos com muita dedicação, resiliência e perseverança”, definiu na época.

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