Servidores da Secretaria da Agricultura debatem pecuária sustentável no Fórum Pré-COP 30
Mudanças climáticas também estiveram na pauta
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Discutir temas como mudanças climáticas e pecuária sustentável foi a finalidade do Fórum Pré-COP 30, que aconteceu de segunda-feira (24/3) até esta quarta-feira (26/3), na 16ª Dinâmica Agropecuária (Dinapec), em Campo Grande (MS). Uma delegação gaúcha formada por pesquisadores e representantes de instituições como Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Embrapa Pecuária Sul, Federação da Agricultura do RS (Farsul), Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Plano ABC+e Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável participaram do evento intitulado como “Pecuária como parte da solução”.
Um dos objetivos do grupo foi contribuir com o documento “Pecuária brasileira: a visão da Embrapa para a COP 30”, que será apresentado durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em novembro deste ano, em Belém (PA).
Segundo o coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante, os setores da cadeia produtiva da carne do Estado se uniram em torno do posicionamento de que a atividade pecuária deve ser parte da solução para as mudanças climáticas do planeta. “Para o Rio Grande do Sul, foi um evento muito importante, porque a pecuária é uma das nossas principais atividades econômicas. E foi uma discussão preparatória para a COP 30, onde as instituições científicas tiraram um posicionamento único sobre essa atividade brasileira”, disse.
“No Rio Grande do Sul, temos o sistema Integração-Lavoura-Pecuária, que representa 21% da área cultivada do Estado, segundos dados da Embrapa”, afirmou Brilhante.
Ele contou que, durante o evento, foi elaborado um documento onde as instituições demonstram que o Brasil possui práticas, tecnologias e sistemas mitigadores de Gases de Efeito Estufa (GEE). “O discurso é que a intensificação sustentável da pecuária é essencial para reduzir a pegada de carbono, sem a necessidade de ampliar áreas de pastagem”, explicou Brilhante.
“Um exemplo é o manejo das pastagens com o uso de leguminosas associadas com gramíneas, que permitem conciliar maior diversidade e aumento da resiliência dos ecossistemas de pastagem, favorecendo um aumento da produtividade animal por área. Então, essas tecnologias reduzem a intensidade de emissão desses gases”, enfatizou Brilhante.
De acordo com ele, o Brasil tem avançado de forma significativa nos protocolos de “Carne Carbono Neutro” e “Carne Baixo Carbono”, que nasceram no estado de Mato Grosso do Sul e que promovem o manejo adequado de pastagens arborizadas e o sequestro de carbono. Esses protocolos estão alinhados às metas globais de descarbonização”, acrescentou Brilhante.
“No Rio Grande do Sul existe o PlanoABC+RS, onde foi sinalizado o compromisso do Estado com a adoção dessas práticas de especificação sustentável, onde temos a meta de, até 2030, ampliar áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta em até um milhão de hectares. Estudos já comprovaram que essas práticas permitem a redução de emissões de GEE”, finalizou Brilhante.
Sobre a Dinapec
A Dinapec é uma feira tecnológica bienal. Este ano foi realizada pela Embrapa e pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
Com uma área de 30 hectares especialmente preparada para atender às transformações e demandas do setor produtivo, a Dinapec é reconhecida nacionalmente como um evento de grande importância. Nesta edição, foi uma vitrine dos mais recentes avanços em pesquisa, inovação, produtos, tecnologias e serviços voltados para produtores, técnicos e demais profissionais da cadeia produtiva da carne.