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Seminário aborda ações da Agricultura e da Saúde no combate à raiva no RS

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Gabriela Werlang falou sobre programa estadual de controle e profilaxia da raiva
Gabriela Werlang falou sobre programa estadual de controle e profilaxia da raiva - Foto: Fernando Dias
Por Elaine Pinto

O Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal (IPVDF) foi sede, na manhã desta sexta-feira (4/10), de um seminário que apresentou as ações das secretarias de Agricultura e Saúde referentes ao controle e profilaxia da raiva no Rio Grande do Sul. O evento, realizado em alusão ao Dia Mundial Contra a Raiva, 28 de setembro, foi organizado pelo IPVDF, vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

A médica veterinária Gabriela Orosco Werlang, da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (DVAS/Cevs), apresentou o Programa Estadual de Controle e Profilaxia da Raiva (PECPR), conduzido pela Secretaria de Saúde.

As ações de controle da raiva são feitas de forma coordenada entre as secretarias de Saúde e Agricultura. “A Saúde faz a vigilância de casos em animais de companhias (pets) e fauna silvestre, além de cuidar da profilaxia nos casos humanos. Já a Agricultura observa a ocorrência entre herbívoros, como bovinos e equinos”, detalhou Gabriela.

O Rio Grande do Sul não tem casos de raiva humana desde 1981. A maioria dos casos identificados de raiva em animais, anualmente, são em herbívoros e nos morcegos. Entre os animais de companhia, em dez anos, o estado registrou apenas seis casos de raiva em gatos domésticos.

“A dinâmica da raiva no Rio Grande do Sul é de vírus circulantes nos morcegos que, por meio do contato, transmitem para outros mamíferos. A raiva humana no Brasil depende do ciclo silvestre atualmente, causada majoritariamente pelos morcegos hematófagos”, complementou. 

A principal ação para evitar a raiva humana é a profilaxia, fornecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Em 10 anos, tivemos no Rio Grande do Sul 334.304 atendimentos anti-rábicos humanos. Esses atendimentos compreendem desde uma simples orientação para lavagem de mordedura até a distribuição do tratamento completo, como soro e vacina”, disse Gabriela.

Programa de Controle da Raiva Herbívora 

Fernando Groff falou sobre o programa de controle da raiva herbívora
Fernando Groff falou sobre o programa de controle da raiva herbívora - Foto: Fernando Dias

A Agricultura tem uma longa história de controle da raiva herbívora, com ações desde  1953. “Abrangemos mais a questão econômica da enfermidade, seus impactos na produção agropecuária”, explicou o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapi (DDSA/DDA/Seapi), Fernando Groff.

Hoje a Seapi conta com oito Núcleos de Controle da Raiva distribuídos pelo Estado, com equipes preparadas para a captura de morcegos em caso de laudo positivo para raiva em herbívoro ou se forem constatados altos índices de mordedura em animais de produção em determinada região.

“O Rio Grande do Sul tem 7 mil refúgios viáveis de morcegos, com coordenadas coletadas e mapeados pela Secretaria”, contou Groff. Desde 2023, o programa de controle da raiva herbívora passou a ter metas de vigilância ativa. 

Mais informações podem ser consultadas na página do Programa

Laboratório de referência

Carla Rodenbusch falou sobre as ações do Laboratório de Raiva do IPVDF
Carla Rodenbusch falou sobre as ações do Laboratório de Raiva do IPVDF - Foto: Fernando Dias

O Laboratório da Raiva, dentro do Laboratório de Virologia do IPVDF, é referência no diagnóstico da enfermidade. Morcegos e bovinos são as espécies que mais têm amostras analisadas pelo laboratório.

Em 2023, o IPVDF analisou 1.010 amostras para a raiva, sendo 712 de morcegos, 60 de cães, 57 de felinos, 51 de animais silvestres e 191 de animais de produção.

A partir de maio de 2024, a prova biológica, utilizada para confirmação de diagnóstico, foi substituída pela Transcrição Reversa seguida da Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR). Com isso, o IPVDF passou a não mais utilizar animais vivos para a prova biológica.

“Os diagnósticos realizados pelo Laboratório geram um corpo de dados robusto que permite a condução de investigações e pesquisas, levando à publicação de artigos científicos e à condução de projetos de pesquisa vinculados ao nosso programa de pós-graduação em Saúde Animal”, detalhou a pesquisadora Carla Rodenbusch.

 

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