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Secretaria da Agricultura recebe equipamentos para beneficiar cadeia apícola gaúcha

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Doacao equipamentos apicultura
Entrega simbólica de equipamentos ocorreu nesta segunda-feira (17/6) na Seapi. Foto: Divulgação/Seapi
Por Darlene Silveira e Observatório de Abelhas do Brasil

Fruto de um termo de cooperação com o Observatório de Abelhas do Brasil, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) recebeu, recentemente, equipamentos para apoiar ações que visam diminuir a mortandade de abelhas no Rio Grande do Sul. Foram entregues Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) - 45 macacões e luvas antiferroadas, 30 fumegadores, formões e telefones celulares para as equipes de campo de todas as regionais. O Estado foi o escolhido para dar início ao projeto “Observatório de Abelhas do Brasil com foco no Rio Grande do Sul – perspectiva para reduzir as mortandades de abelhas no Estado”, que vai beneficiar a cadeia apícola. Hoje, existem no Rio Grande do Sul 20.619 apicultores. Nesta segunda-feira (17/6), ocorreu uma entrega simbólica na Seapi.

Segundo o fiscal estadual agropecuário responsável pelo Programa de Saúde das Abelhas da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapi, Gustavo Diehl, a Secretaria entende a importância da cadeia apícola e vem, há alguns anos, executando ações, investigando a causa de mortalidade de abelhas. “Nessas investigações verificamos que o mau uso de agrotóxicos contribuiu para a mortandade”, explicou.

“Devido à sua atuação na área, o Rio Grande do Sul foi escolhido para ser o estado pioneiro do projeto. Esses materiais vão contribuir muito para aumentar a eficiência do nosso trabalho nas atividades a campo, além de fornecer segurança para os servidores”, destacou Diehl. “A gente se sente honrado de sermos os primeiros do projeto. Na sequência haverá treinamento das equipes de campo e ações sanitárias”, completou.

A coordenadora executiva do Observatório de Abelhas no Brasil, Betina Blochtein, afirmou que os equipamentos vão fomentar ações relacionadas à proteção das abelhas. “Os recursos do projeto são fruto do termo de cooperação celebrado pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Embrapa, Associação A.B.E.L.H.A, e 12 empresas privadas do setor agropecuário”, contou.

Conforme Betina, os equipamentos possibilitam o uso das ferramentas que serão usadas para cadastrar casos de mortandade de abelhas pelo Sistema Agrotag Abelhas, da Embrapa. “Além disso, os materiais servem para a proteção individual dos agentes em campo, que fazem as ocorrências de mortandades. A ideia é aumentar os registros de ocorrência de mortandade de abelhas e investigar o nexo entre elas e suas causas. Isso passa por um trabalho técnico e exige capacitação, o que está sendo feito pela Seapi, apoiado pelo  Observatório. O objetivo é fortalecer a apicultura e a conservação das abelhas no Rio Grande do Sul”.

Sobre o projeto

As abelhas são fundamentais para a manutenção do serviço ecossistêmico de polinização. Entretanto, no Brasil, mortandades de abelhas indicam a necessidade de identificar as causas dos incidentes e reunir essas informações em uma plataforma oficial. É neste contexto que o Programa Observatório de Abelhas do Brasil, coordenado pela Embrapa Meio Ambiente em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e apoio da Associação A.B.E.L.H.A. e agentes públicos e privados, foi concebido como ferramenta para mitigar mortandades de abelhas com suspeita de intoxicação de agrotóxicos.

São objetivos do projeto: desenvolver uma Plataforma Oficial Integradora de Dados sobre mortandades de abelhas, com caráter de observatório nacional, para registrar as ocorrências no espaço geográfico-temporal, e os possíveis agentes causadores, incluindo os agrotóxicos; proporcionar recursos técnicos, treinamentos e materiais aos estados, para o atendimento das ocorrências de mortandades de abelhas e o registro harmonizado das informações na Plataforma Oficial de Dados, em nível nacional; apoiar e implementar ações de capacitação e treinamento em boas práticas agrícolas e apícolas, tanto para agricultores como para apicultores; estabelecer uma rede integrada de laboratórios credenciados, nos governos estaduais e federais, e da rede privada, para detectar resíduos de agrotóxicos associados às mortandades de abelhas; apoiar ações de divulgação voltadas à formalização e ao incremento dos registros de apiários e meliponários junto às Secretarias Estaduais responsáveis.

A implementação do Observatório iniciou em agosto de 2022 e, desde então, diversas ações estão em curso. A coordenação da Embrapa Meio Ambiente contará com o apoio do Grupo de Trabalho do projeto, com caráter consultivo, que viabilizará trocas de experiências relativas à implementação do Projeto, constituído por representantes da Seapi, Fepam, Câmara Setorial da Apicultura do RS, Ufrgs, Associação A.B.E.L.H.A. e empresas financiadoras.

Estão em execução ações para incentivar o cadastramento dos apicultores/meliponicultores junto aos órgãos ambientais competentes e o registro de incidentes com mortandades de abelhas.

 

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