Projetos de desenvolvimento para o setor são pauta da Câmara da Aquicultura
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Integrantes da Câmara Setorial da Aquicultura se reuniram de forma presencial e online nesta terça-feira (12/11), à tarde, para debater projetos de desenvolvimento produtivo para o setor.
O pesquisador Luis Eduardo Noskoski, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus Palmeira das Missões, apresentou a situação da tilapicultura na região norte/noroeste do Rio Grande do Sul. São 69 municípios envolvidos na criação de tilápias, em 210 propriedades rurais numa área estimada de 200 hectares (ha). A produção chegar a 5.440 toneladas (ton). 13 agroindústrias atuam na região.
Noskoski aponta que esta produção gera emprego, aumenta o consumo em outras áreas, como comércio e serviços e contribui para a circulação de renda, promovendo crescimento econômico e diversificação e fortalecendo a economia local.
Ele também mostra que a atividade se enquadra nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para serem atingidos pelos 193 países membros até 2030. “No caso do Brasil, a tilapicultura se enquadra nos objetivos 1, 2, 8, 12, 14 e 17”, aponta o pesquisador.
O representante da empresa Puro Trato, Everton Zardo, falou sobre a tilapicultura nas propriedades da região norte/noroeste. Segundo ele, é uma produção comercial, com sistema intensivo a semi-intensivo, em propriedades ligadas à agricultura familiar e com alta produtividade.
Zardo cita o caso de uma propriedade no município de Tenente Portela que tem uma lâmina d´água de 4,8 hectares, produção por safra de 120 toneladas e produtividade em torno de 20 a 25 ton/ha. A movimentação de recursos na propriedade, entre compra de ração, alevinos, insumos, equipamentos e lucro chega a R$ 2 milhões. “O mercado consumidor quer tilápia, o gaúcho está consumindo, comendo mais peixe”, constata.
O criador de peixes de Frederico Westphalen, Márcio Manfio, representando a empresa AgroTilápia, apresentou o exemplo de uma propriedade de 6,5 hectares, com 3 ha de lâmina d´água em 4 viveiros escavados e produção de 130 toneladas/ciclo, destacando que a criação de peixes é uma atividade com viabilidade econômica.
O professor Charles Froes, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), apresentou o projeto de extensão desenvolvido na instituição com pequenos e médios produtores e a parceria com a Emater-RS/Ascar.
Já o professor Geraldo Fóes, da Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), falou sobre as pesquisas com camarão desenvolvidas ali, uma das espécies mais consumidas no mundo. No Brasil, foram 180 mil toneladas em 2023. E informou ao grupo sobre a possibilidade de parcerias para a realização de cursos destinados a produtores e indústria.
No encontro, também foi discutido a criação de um programa emergencial para atendimento dos produtores e da indústria em função dos eventos climáticos registrados no Estado. A minuta do projeto deverá ser encaminhada para a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
A coordenadora da Câmara, Maria Gabriela Mattei, destacou as ações que podem ser desenvolvidas em 2025 para estimular o consumo de peixe. As datas principais são o Dia do Peixe, a Semana do Pescado, que ocorre em todo o país na primeira quinzena de setembro e já é a segunda data em venda de peixe no país, e a Expointer.
Para o próximo encontro da Câmara Setorial, ainda sem data, mais duas pesquisas serão apresentadas: a realizada pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Seapi sobre a situação da aquicultura no Rio Grande do Sul e os dados da Cadeia Produtiva da Aquicultura.