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O despertar do potencial da Erva-Mate

Publicação lançada hoje (30/08) pode ser acessada gratuitamente

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André Dabdab (esquerda),Luís Rodrigues,Larissa Bueno,Luiz Teixeira,Jackson Brilhante,Fernando Dias,Isabel Paludo,Luciano Kayser
André Dabdab (esquerda),Luís Rodrigues,Larissa Bueno,Luiz Teixeira,Jackson Brilhante,Fernando Dias,Isabel Paludo,Luciano Kayser - Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi

A Ilex paraguariensis St. Hil é uma herança dos povos indígenas ou originários que, recentemente, se tornou patrimônio imaterial cultural do Estado do Rio Grande do Sul. Descomplicando: estamos falando da erva-mate.

Durante quatro anos de estudo, uma equipe de pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em conjunto com técnicos da Emater/RS-Ascar, se debruçou sobre os diferentes atributos desta erva que é consumida à exaustão por estas plagas do sul do Brasil, bem como no Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile em diferentes formas: chá-mate, chá imerso em água quente (chimarrão) ou servido com água gelada (tererê).

A versão impressa do livro “Diagnósticos da produção de Erva-Mate no Rio Grande do Sul: aspectos socioeconômicos, produtividade, feilidade do solo e nutrição das plantas” teve lançamento hoje (30/08) com apresentação dos processos de trabalho pelos autores, no auditório do Governo do RS, no pavilhão internacional da Expointer. A versão online está disponível para download gratuito no site da Secretaria Agricultura (acesse aqui).

A publicação é dividida em dois grandes temas: as questões sociais e econômicas e o diagnóstico da fertilidade do solo e da nutrição das plantas.

“Do ponto de vista geral, confirmamos que a erva-mate é uma cultura que se adapta muito bem em solos de mais baixa fertilidade e com PH bastante baixos (PH é a escala que determina o nível de acidez ou de alcalinidade de nutrientes). A cultura está mais presente na metade norte do Rio Grande do Sul e em regiões com maior altitude (acima de 600 metros)”, explicou Luciano Kayser, engenheiro agrônomo com mestrado e doutorado em ciência do solo, pesquisador da Seapi. “O que nos chamou atenção é que não existe um fator específico – no aspecto de nutrição de plantas ou mesmo na fertilidade do solo – que seja limitante para o agricultor aumentar a produtividade, a não ser o manejo da cultura”, elucidou Kayser.

Pesquisadora Larissa Ambrosini no lançamento do livro "Diagnósticos da Produção de Erva-Mate no RS" - Foto: Fernando Dias/Seapi
Pesquisadora Larissa Ambrosini no lançamento do livro "Diagnósticos da Produção de Erva-Mate no RS" - Foto: Fernando Dias/Seapi

Já a pesquisadora Larissa Bueno Ambrosini, que trabalha na área de desenvolvimento rural no Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria de Agricultura, ressaltou que a proposta abordou também o papel da erva-mate dentro da unidade de produção familiar.

“Erva-mate chega a ser responsável por 55% da fonte de renda dos produtores envolvidos na pesquisa. Junto com a erva-mate, tem as culturas da soja e milho, principalmente. A maioria declarou que, se tivesse recursos disponíveis, investiria mais no cultivo de erva-mate, aumentando a área. E dentre as principais dificuldades apontadas é o preço pago ao produtor e a falta de mais pesquisa”, declarou Ambrosini.

Também atuou na produção do livro o repórter fotográfico Fernando Kluwe Dias, da Seapi, que acompanhou as equipes de pesquisadores em viagens pelo interior do estado, em cidades como Ilópolis e Arvorezinha. “A gente produzia as imagens vendo qual era o trabalho que os produtores estavam desenvolvendo, observando o tipo de luz, de ângulo, captando a essência que é o produtor e o produto da erva-mate em todos as etapas e nuances: das flores, das folhas, da colheita, os locais, a parte geográfica”, enumerou Dias.

capa livro
- - Foto: Rodrigo Martins/Ascom Seapi

O lançamento do livro na Expointer chamou a atenção da equipe do Sindicato da Indústria do Mate no Estado do Rio Grande do Sul (Sindimate) que também está presente com estande na feira. 

A erva-mate é representativa na área social e na área econômica. Mais de 14 mil famílias têm sua sobrevivência nesta cultura. Cumprimento a todas as pessoas que dedicaram seu tempo para realizar esta publicação”, congratulou Isabel Paludo, secretaria executiva do Sindimate, que conta atualmente com 250 empresas filiadas.

Outra pessoa que foi atraída pelo livro foi Luiz Rotili Teixeira, 71, jornalista, RP e também escritor de um livro que trata de aspectos sociais, culturais e turísticos da erva-mate no Rio Grande do Sul, obra em sua quinta edição bilíngue português-italiano intitulada “A Importância Social do Mate Chimarrão” ou “L’Importanza Sociale del ‘Mate Chimarrão’”.

“Isso é um ótimo trabalho! Finalmente, as pessoas mais jovens estão se sensibilizando pelo aspecto social e humano do chimarrão. Nós precisamos despertar o mundo para o potencial da erva-mate!”, parabenizou Luiz Rotili Teixeira.

Texto: Rodrigo Martins/Ascom Expointer
Edição: Maria Alice Lussani/Ascom Expointer

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