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Mel, plantas medicinais, minhocário e cultivo de frutas nativas podem ser uma fonte de renda para as mulheres no campo

O estímulo ao empreendedorismo sustentável foi tema de palestra em Santa Maria, referente ao Dia Internacional da Mulher

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Mulheres reunidas no encontro "O estímulo ao empreendedorismo sustentável para mulheres", no CEFLOR em Santa Maria
Mulheres reunidas no encontro "O estímulo ao empreendedorismo sustentável para mulheres", no CEFLOR em Santa Maria - Foto: Jorge Dubal Martins/pesquisador CEFLOR
Por Maria Alice Lussani

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, pesquisadoras do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (CEFLOR) de Santa Maria realizaram na manhã desta terça-feira (11/03), na sede do Centro, um encontro com o objetivo de estimular o empreendedorismo sustentável entre as mulheres. Entre os assuntos, o potencial das abelhas- sem-ferrão, a utilização de plantas medicinais, aromáticas e condimentares, a vermicompostagem de resíduos orgânicos e os aromas e sabores nativos das árvores frutíferas nativas do Rio Grande do Sul.

De acordo com uma das pesquisadoras responsáveis pela organização do evento, Madalena Boeni, “a ideia surgiu porque as nossas áreas de pesquisa possibilitam visualizar alternativas sustentáveis de empreendedorismo e renda, com a ótica econômica, social e cultural”.

O evento contou com uma palestra de abertura e com quatro estações que mostram atividades que podem trazer retorno financeiro, resgate cultural, além da satisfação pessoal e empoderamento feminino. “Estas atividades necessitam de pequenos espaços e poucos recursos, que muitas vezes estão disponíveis na propriedade, otimizando e agregando valor em benefício da mulher e sua família”, destaca Boeni.

A palestra de abertura, com a pesquisadora Adriana Stefanello, destacou o empreendedorismo rural como uma oportunidade de gerar renda com sustentabilidade e a geração de renda nas áreas rurais. “Muitas pessoas acreditam que o campo é apenas uma fonte de produtos agrícolas, mas, na verdade, o empreendedorismo rural abrange uma variedade de atividades, incluindo manejo sustentável, comercialização de produtos locais, turismo rural, entre outros”, destaca Stefanello. O empreendedorismo rural desempenha um papel crucial na promoção do desenvolvimento econômico equilibrado e na conservação dos recursos naturais em áreas rurais, afirma.

Pesquisadora Adriana Stefanello, do CEFLOR, fala sobre empreendedorismo rural
Pesquisadora Adriana Stefanello, do CEFLOR, fala sobre empreendedorismo rural - Foto: Jorge Dubal Martins/pesquisador CEFLOR

As estações

  • Estação 1 - MELIPONÁRIO: mel de abelhas-sem-ferrão – um produto de alto valor nutracêutico - Rosana Matos de Morais, Juliana Marchesan e Fernando Wagner Magnago

Nesta estação, foram demonstradas técnicas de captura de enxames de abelhas-sem-ferrão (nativas da região), como introduzir estes enxames em caixas racionais e extrair o mel. Além disso, as participantes puderam conhecer algumas espécies de abelhas que se encontram no nosso meliponário, como por exemplo, a jataí, a mirim emerina e a tubuna.

“A construção de um meliponário é uma ótima alternativa de geração de renda para agricultores e empreendedores, uma vez que, possibilita a comercialização do mel, do pólen e da própolis, apresentando um baixo custo de implantação e que pode ser desenvolvida tanto em ambientes rurais quanto urbanos”, destacam os pesquisadores do Centro.

Estação Meliponário, por Rosana Moraes, Juliana Marchesan e Fernando Magnago
Estação Meliponário, por Rosana Moraes, Juliana Marchesan e Fernando Magnago - Foto: Jorge Dubal Martins/pesquisador CEFLOR
  • Estação 2 - RELÓGIO DO CORPO HUMANO: a natureza em favor da saúde da sua família - Joseila Maldaner e Ionara Fátima Conterato

A utilização de plantas medicinais para o tratamento e prevenção de doenças físicas e emocionais é uma das práticas medicinais mais antigas da humanidade. E o Relógio do Corpo Humano representa um formato de horto medicinal que une conhecimentos da medicina tradicional Oriental acerca de plantas medicinais, aromáticas e condimentares.

“O horto é também uma atividade com importante apelo econômico e social, visto que permite diferentes possibilidades de empreendedorismo através da produção artesanal de aromatizadores de ambiente, de travesseiros aromáticos, sabonetes terapêuticos, incensos naturais, sachês para guarda-roupas, escalda-pés, dentre outros”, constatam as pesquisadoras do Centro.

Estação Relógio do Corpo Humano, por Joseila Maldaner e Ionara Conterato
Estação Relógio do Corpo Humano, por Joseila Maldaner e Ionara Conterato - Foto: Jorge Dubal Martins/pesquisador CEFLOR
  • Estação 3 - MINHOCÁRIO: adubando com responsabilidade - Gerusa Pauli Kist Steffen

A vermicompostagem de resíduos orgânicos é uma atividade que proporciona muito mais do que benefícios ambientais. É uma atividade multifuncional, interdisciplinar, sustentável e rentável, pois gera produtos que podem ser facilmente comercializados com um interessante valor de mercado: o adubo orgânico (também conhecido como húmus de minhoca) e as matrizes de minhocas, que podem ser comercializadas com diferentes finalidades.

“No minhocário Solo Vivo do CEFLOR, as participantes do evento tiveram a oportunidade de conhecer a prática da vermicompostagem e as diversas possibilidades para empreender através desta técnica, que pode ser realizada em áreas urbanas e rurais, resultando em retorno econômico e ambiental”, afirma a pesquisadora Gerusa Steffen.

Estação Minhocário Solo Vivo, por Gerusa Steffen
Estação Minhocário Solo Vivo, por Gerusa Steffen - Foto: Jorge Dubal Martins/pesquisador CEFLOR
  • Estação 4 - BOSQUE ENCANTADO: explorando os aromas e sabores nativos da nossa região - Madalena Boeni, Adriane Luiza Schú e Evandro Luiz Missio

A flora nativa frutífera do Rio Grande do Sul, apesar de abundante, é pouco conhecida.  O contato com a natureza muitas vezes é limitado no dia-a-dia, principalmente das crianças, que na sua maioria, desconhecem e não são incentivadas a experimentar novos sabores. Nesse sentido, a implantação de um Bosque com as principais espécies frutíferas nativas do estado vem ao encontro da importante temática do resgate, valorização e preservação dessas espécies, que possuem um vasto potencial nutracêutico, além de ornamental e paisagístico.

“No Bosque do CEFLOR, apresentamos doze espécies de frutíferas nativas e suas diversas possibilidades de utilização para geração de renda, promovendo assim a valorização de alimentos regionais e estimulando a alimentação saudável, bem-estar e preservação ambiental”, destacam os pesquisadores do Centro.

Bosque Encantado de Frutíferas Nativas do RS, por Madalena Boeni, Adriane Schú e Evandro Missio
Estação Bosque Encantado de Frutíferas Nativas do RS por Madalena Boeni, Adriane Schú e Evandro Missio - Foto: Jorge Dubal Martins/pesquisador CEFLOR

Organizadoras do evento, pesquisadoras do Centro de Diagnóstico e Pesquisa Florestal de Santa Maria, que pertence ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi): Joseila Maldaner, Madalena Boeni, Gerusa Pauli Kist Steffen, Ionara Fátima Conterato, Adriane Luiza Schú, Juliana Marchesan e Rosana Matos de Morais.

Mais informações: https://www.agricultura.rs.gov.br/cp-santa-maria

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