Governo do RS e Rede ILPF assinam acordo para estímulo à expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta
Acordo de Cooperação Técnica foi assinado durante a Expodireto
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O governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e a Associação Rede ILPF assinaram, nesta terça-feira (11/3) na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para a implantação do Integra RS, programa dedicado ao fomento da expansão do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no estado.
O ato foi prestigiado pelo vice-governador Gabriel Souza, com a presença do secretário da Agricultura, Clair Kuhn, do diretor-presidente da Rede ILPF, Francisco Matturro, e do coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante. O convênio tem como objetivo identificar áreas estratégicas para a adoção do Sistema ILPF, com ênfase na intensificação sustentável, além de promover uma agenda de difusão de conhecimento e tecnologias relacionadas ao tema. As ações previstas incluem dias de campo, encontros técnicos e workshops, destacando as oportunidades socioeconômicas e ambientais do sistema para o setor agropecuário gaúcho.
Gabriel Souza, que é médico veterinário, recordou que aprendeu na faculdade sobre a integração lavoura-pecuária, o qual considera um conceito essencial. "A integração com florestas não só aumenta a produtividade e a eficiência do uso da terra, como também contribui para uma agricultura mais sustentável, emitindo menos carbono. O governador Eduardo Leite sempre enfatiza a necessidade de uma agricultura que respeite nosso compromisso com a sustentabilidade. Para alcançarmos nossas metas de redução de emissões, cremos que o futuro do agronegócio está na integração de diferentes culturas, e é por isso que buscamos um acordo de cooperação técnica com a Rede LPF. É uma prioridade para o nosso Estado apoiar e desenvolver um setor primário mais sustentável", destacou o vice-governador.

A iniciativa faz parte do programa Integra Rede ILPF, já consolidado em São Paulo como Integra SP. O primeiro passo será a capacitação de profissionais do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), referência em pesquisa e desenvolvimento da orizicultura no estado, e da Emater/RS-Ascar, entidade de assistência técnica e extensão rural voltada ao fortalecimento da agropecuária gaúcha.
“A ciência e o estudo demonstraram ao longo dos anos a evolução para a agropecuária gaúcha. Com esse acordo assinado agora temos a oportunidade em nossas mãos de fazermos mais. Sem dúvida essa é uma atividade que vai integrar a lavoura-pecuária-floresta e levar mais renda aos produtores”, afirmou o secretário Clair.
O cronograma de 2025 prevê treinamentos presenciais e online, elaborados em parceria com técnicos locais para mapear os potenciais e desafios dos sistemas ILPF. O objetivo é impulsionar a renda do produtor na mesma área, garantindo sustentabilidade e promovendo sua emancipação econômica.
“A integração lavoura-pecuária-floresta significa a emancipação do produtor. De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo. Estamos lá por propósito. As empresas que apoiam a Rede são com o propósito de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a vida das pessoas ou a estrada onde andam”, ressaltou Matturro.
Sobre o Sistema ILPF
A ILPF é uma estratégia de produção que combina diferentes sistemas produtivos: agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou em rotação de culturas, gerando benefícios para todas as atividades.
A prática intensifica de modo sustentável o uso da terra, protege e fertiliza o solo, promove a economia de insumos e consequente redução de custos, e simultaneamente eleva a produtividade em uma mesma área, diversificando produção e fontes de receita. Ao mesmo tempo, o Sistema é ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e permite o sequestro de carbono.
Culturas agrícolas como grãos [soja e milho] e produção de fibras [algodão] podem ser utilizadas na ILPF. A modalidade pecuária contempla, sobretudo a bovinocultura de corte ou leite e a parte florestal envolve a silvicultura, com destaque, por exemplo, para o plantio de eucaliptos. Diferentemente do senso comum, a ILPF pode ser adaptada para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros.