Fórum da Febre Aftosa, em Santa Rosa, destaca prevenção
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Internautas de Erechim, Lajeado, Mormaço, Soledade, Humaitá, Bagé, Pelotas, Marques de Souza, Veranópolis, Livramento, Pelotas e de tantos outros municípios participaram na tarde desta sexta-feira (29/11) da 4ª edição do Fórum Estadual de Febre Aftosa. O evento foi realizado de forma híbrida, presencial na Fenasoja de Santa Rosa e online pelo youtube. O tema escolhido para o evento foi “Prevenção: cada elo importa”.
O evento foi aberto com saudações de Fabiano Soltis, representando a organização da Fenasoja, do prefeito de Santa Rosa, Anderson Mantei, e do secretário adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Márcio Madalena. Ele destacou a coragem e a resiliência para a manutenção do evento, após os eventos climáticos de maio que não permitiram a realização da Feira no período proposto. “Acredito que esta prova de resiliência, esta capacidade do povo gaúcho de se superar, vai fazer desta a maior edição da Fenasoja, ainda mais no ano de comemoração dos 100 anos de entrada da soja no país”, afirmou Madalena.
O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, mediador do debate, destacou a importância da manutenção do status de zona livre de aftosa e da condição sanitária do rebanho. “Nós estamos submetidos permanentemente aos desafios que se apresentam, precisamos garantir em parceria com o Serviço Veterinário Oficial (SOV), fiador deste status sanitário junto com os produtores e a indústria, que doenças que já existem em outros lugares não cheguem ou retornem ao Brasil, como a influenza aviária, Newcastle, peste suína africana e clássica”, afirma Kerber.
A coordenadora do Programa de Febre Aftosa, veterinária Grazziane Rigon, falou sobre as ações da Secretaria para a manutenção deste status internacional de zona livre de aftosa sem vacinação, concedido em 2021 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), principalmente ações de prevenção, detecção precoce e vigilância ativa. No caso da prevenção, as ações são em várias frentes, como legislação, controle nas fronteiras, exames diagnósticos, programas para coibir o trânsito irregular de animais, como o Sentinela, da Seapi, e o Vigifronteiras, do Mapa, e ações de educação sanitária.
“A nossa preocupação é que o produtor esteja sempre atento aos sintomas, não relaxe em função da certificação. E para isso estamos trabalhando com educação sanitária e nesta vigilância ativa, visitando em torno de seis mil propriedades por semestre, para reduzir o risco”, afirmou Grazziane. Caso haja algum caso suspeito, a coordenadora lembra os canais de notificação da Secretaria, que são as Inspetorias de Defesa Agropecuária, o email notifica@agricultura.rs.gov.br e o fone Whatsapp (51) 98445-2033.
O produtor de gado Jersey de Santa Rosa, veterinário Marcos Souza de Freitas, falou sobre o quanto é importante a parceria dos produtores com a Secretaria na manutenção deste status sanitário. “O teu rebanho é o seu patrimônio, e caso aquela vaca morrer, aquela genética toda que está ali vai junto, então, investir em sanidade é fundamental”. Segundo ele, os pilares da produção são a genética, o manejo, a alimentação e a sanidade, e todos têm a mesma importância para garantir uma boa produção.
O empresário e presidente do Sindicato das Indústrias dos Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS), José Roberto Goulart, destacou a importância desta certificação para abertura de novos mercados. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apresentados por ele, revelam que as exportações de carne suína aumentaram de 1 milhão de toneladas em 2020 para 1 milhão e 300 mil toneladas em 2024, sendo os principais mercados o México, os Estados Unidos, a China, as Filipinas, Porto Rico. “O Brasil vive uma situação sanitária muito boa e a sanidade é o nosso patrimônio”, destaca Goulart. E dá um recado: “Tem muita coisa acontecendo em diversos países, doenças, etc, e a gente não pode deixar que um vírus venha e acabe com tudo, por isso precisamos prevenir com treinamento, barreiras sanitárias, cercamento de propriedades, separação do gado, tudo o que for possível para garantir esta sanidade”.
O Fórum Estadual de Febre Aftosa foi organizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), além do Grupo Gestor Estadual do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).