Câmara Setorial do Arroz aponta desafios do mercado e projeta comercialização do grão para safra 2025/2026
Agenda teve como tema mercado interno e exportações gaúchas de arroz
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A Câmara Setorial do Arroz se reuniu na sexta-feira (30/5), em formato presencial na Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e também on-line. O representante daFederação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e coordenador da Câmara Setorial, Francisco Lineu Schardong, abriu a reunião que contou com 14 entidades representativas do setor e órgãos públicos.
O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Eduardo Bonotto, falou sobre o papel do Instituto, os números da safra de Arroz 2024/25 por região e o total do estado, as perspectivas para a próxima safra 2025/26 e a importância do lançamento de uma campanha nacional de consumo do arroz, que está sendo negociada com a Secretaria de Comunicação do governo do estado (Secom).
Os últimos dados apurados pelo Irga mostram que o Rio Grande do Sul deve colher 8,5 milhões de toneladas de arroz. E a colheita deve encerrar nesta semana, porque o total colhido já chega a 99,7%.
O presidente do Irga também destacou que “a valorização dos servidores foi um avanço importante e o diálogo com a Federarroz, Câmara Nacional do Arroz sobre questões econômicas faz com que o Instituto priorize pautas dentro desse leque: colaboradores, organizações e sociedade”. Bonotto declarou que a ampliação da capacidade técnica dos colabores que trabalham no Irga deve ser apropriada ao setor para fortalecer a relação produtor/consumidor.
O produtor e representante da Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), Luiz Carlos Machado, destacou que o banco genético do Irga é “um dos melhores do mundo e precisa ser revitalizado”. Machado comentou que é um trabalho que pode levar até 20 anos e que precisa ser preservado.
Sobre a Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (Taxa CDO), criada pela Lei nº 5645/68, que custeia a execução de medidas de defesa e estímulo da produção de arroz, o representante da Farsul, Rodrigo Rizzo, solicitou para a Câmara Setorial “que encaminhe a possibilidade da redução do atual valor da taxa”. O secretário da Seapi, Edivilson Brum, sugeriu que seja feita uma reunião com os dirigentes setoriais e a Secretaria da Fazendo do Rio Grande do Sul (Sefaz).
Tiago Barata, diretor executivo do Sindicato da Indústria do Arroz do Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz), destacou a preocupação com a importação de arroz do Paraguai. O diretor executivo mostrou em sua apresentação preços praticados, e que “com a desvalorização do valor em 41%, de R$121,10 para R$71,34 a saca de 50 Kg de arroz com casca” (fonte: Esalq-Irga, maio de 2024 a maio 2025) e como estes dados influenciam a demanda de consumo e exportação, bem como de oferta de estoque inicial, produção, e importação de arroz pelo mercado brasileiro. De acordo com o representante do Sindarroz, “esses fatores agregados, conferem a falta de competitividade deste produto ao agronegócio brasileiro”, declarou.
Para o conselheiro fiscal do Sindarroz, Carlos Eduardo Nunes, as dificuldades das vendas internas de arroz têm reflexo direto das importações dos estados como Minas Gerais, por exemplo, comércio que acaba prejudicando as ações do setor orizícola do Rio Grande do Sul.
Em outro momento, o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) Alexandre Velho, pontuou que “mais grave que falta de preço é a falta de liquidez”, expressando que o mercado deve se preocupar com a rentabilidade da cultura. O presidente da Federarroz também disse que “a previsão é de uma redução de área e nas exportações, não existe outro caminho”, declara o representante da Federarroz.
Por fim, o diálogo entre os representantes do setor apontou para um diálogo com o governo do estado sobre a flexibilização tributária para que o arroz gaúcho tenha competitividade de mercado e focar na eficiência comercial do Rio Grande do Sul.
O coordenador da Câmara Setorial, Francisco Schardong, concluiu a agenda dizendo que todos devem traduzir e expor as demandas do setor com encaminhamentos conjuntos e sintetizou a reunião setorial em duas grandes frentes em “diminuição de área plantada e flexibilização de pagamentos que estão por vir”.
Participaram da reunião: Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz); Associação dos Celíacos do Brasil (Acelbra); Associação de Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul); Banco do Brasil; Banrisul; Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul); Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga); Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi); Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindarroz); Sindicato das Indústrias de Arroz de Pelotas (Sidapel).