Câmara da Aquicultura tem nova coordenação
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Representantes da Câmara Setorial da Aquicultura, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), voltaram a se reunir de forma híbrida nesta quarta-feira (13/12). Foi eleita uma nova coordenadora: a produtora rural, piscicultora, tilapicultora, presidente da Tilápia RS, Maria Gabriela Mattei, que exercia a função de coordenadora adjunta da Câmara. Ela vai substituir o diretor do Departamento de Desenvolvimento Agrário, Pesqueiro, Aquícola, Indígenas e Quilombolas da SDR, Maurício Neuhaus.
“Precisamos unir a cadeia produtiva com o governo para que haja mais políticas públicas para o setor”, disse Gabriela. “E é necessário colocar o Rio Grande do Sul no mapa do Brasil, que é o quarto maior produtor de pescado do mundo. O Estado ocupa o 12º lugar no país. E podemos estar entre os primeiros. Santa Catarina ocupa o terceiro”, argumentou.
A superintendente da Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) no Rio Grande do Sul, Ana Spinelli, contou que o MPA foi recriado recentemente no governo Lula e que possui quatro secretarias: Secretaria Nacional de Aquicultura; Secretaria Nacional de Pesca Artesanal; Secretaria Nacional de Pesca Industrial, Esportiva e Amadora; e Secretaria Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa. “Foi criada uma coordenação de pesquisa com o objetivo de construir políticas públicas eficientes”, afirmou.
Segundo Ana, é importante investir na segurança alimentar. “O setor precisa produzir para o mercado institucional. Por exemplo, incentivar a compra de produtos da agricultura familiar. Será muito mais fácil para os pequenos agricultores produzir tendo um mercado para escoar sua produção”.
Outro ponto abordado durante o encontro foi o livro “Manejo de inverno para a piscicultura no Sul do Brasil”, escrito por pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), Emater/RS-Ascar e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Um dos autores, o engenheiro agrônomo e pesquisador do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Aquicultura do DDPA, localizado em Viamão, Marco Aurélio Rotta, destacou que a publicação é um guia técnico que aborda de forma direta os principais aspectos do manejo de inverno para a piscicultura no sul do Brasil.
"As temperaturas baixas do inverno podem causar diversos problemas na piscicultura, como redução do metabolismo dos peixes, aumento da taxa de mortalidade, declínio do crescimento e agravamento de doenças", explicou Rotta.
O livro lista uma série de recomendações de manejo para minimizar os impactos do inverno na criação de peixes. "Há orientações sobre o planejamento e a infraestrutura necessária para o inverno, manejo nutricional e alimentar, manejo sanitário e manejo da qualidade da água, entre outros aspectos", detalhou o agrônomo.
Conforme ele, apesar de o enfoque do livro ser na produção de tilápias, as informações contidas na publicação são relevantes para outras espécies, inclusive as subtropicais.
Encaminhamentos
O atual coordenador da Câmara, Maurício Neuhaus, destacou que um dos assuntos a serem abordados nas próximas reuniões é a necessidade de ações para a profissionalização do produtor. “Pensando sempre na composição e na qualificação do sistema produtivo, no desempenho econômico e social e levando em consideração as questões ambientais”.
Também ficou acertada a necessidade de ampliação das agroindústrias, vinculada às questões de mercado, de conscientização de produtores e consumidores com relação ao pescado, além da logística.
Ficou decidida ainda a ampliação de representantes na Câmara, principalmente das indústrias de ração e de produtores de alevinos.
O IBGE fará uma apresentação dos dados de setembro de 2022 em relação à produção de piscicultura nos municípios do Rio Grande do Sul. E será realizado um seminário em 2024 para debater as questões do setor. “Há a possibilidade de criação de um plano de ação ou um programa estadual”, avaliou Neuhaus.