Agricultura participa de evento sobre aftosa na Bolívia
Publicação:

O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), participa de evento sobre febre aftosa na Bolívia com apresentação de três trabalhos que tratam sobre o programa de vigilância baseado em risco, o papel dos fundos nas políticas sanitárias e o desenvolvimento da ferramenta SIGEVS. Os trabalhos (veja mais detalhes abaixo) foram apresentados durante o Seminário Internacional Pré-Cosalfa 51, que começou nesta segunda-feira (31/03) e termina hoje (01/04).
“É um evento muito importante, onde se compartilham informações entre os países, atualizações técnicas, intercâmbio com outros gestores da área de defesa sanitária e também se planeja os próximos passos em relação à manutenção do status de zona livre de febre aftosa sem vacinação que o Rio Grande do Sul detém”, afirma a diretora do DDA, Rosane Collares.
O Seminário antecede a Cosalfa 51, que ocorre nesta quinta-feira (03/04) e sexta-feira (04/04), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. De acordo com os objetivos do Seminário, este evento representa um momento decisivo no compromisso coletivo com a erradicação da febre aftosa na América do Sul e no Panamá, no contexto do último ano de implementação do Plano de Ação 2021-2025 do Programa Hemisférico para a Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA).
“Este é um ano muito especial porque é o ano em que todo o Brasil vai ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação, e a Bolívia também vai ter este reconhecimento, que é o país sede do evento”, destaca Rosane.
A Cosalfa é a Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa, criada em 1972 e constituída por 26 representantes de 13 países do continente americano: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Venezuela e Uruguai. O propósito da Comissão é avaliar o andamento dos programas nacionais de controle e erradicação da febre aftosa na América do Sul, garantindo a integração regional das ações de intervenção. Entre os trabalhos apresentados pela Secretaria estão uma apresentação e dois pôsteres.
Programa de Vigilância Baseado em Risco para a Febre Aftosa
O pôster “Biosseguridade das propriedades visitadas no Programa de Vigilância Baseada em Risco para a Febre Aftosa no Rio Grande do Sul (2023-2024)” destaca a urgência de fortalecer a educação sanitária e ampliar a adoção de medidas de biosseguridade, fundamentais para a prevenção da febre aftosa e a manutenção do status sanitário do estado. A adoção de protocolos mais rigorosos para desinfecção de veículos, isolamento de novos animais e controle de acesso às propriedades pode reduzir significativamente os riscos de introdução e disseminação da doença.
O papel dos fundos nas políticas sanitárias do RS
O pôster “Gestão de emergência e mitigação de riscos: o papel dos fundos de contingência com administração privada nas políticas sanitárias do Rio Grande do Sul”, apresentado em conjunto com o Fundo Estadual de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), mostra a cooperação técnica entre o Fundesa e o Serviço Veterinário Oficial (SVO/RS). Esta parceria viabilizou a celebração de acordos acadêmicos para a realização de análises de risco, o desenvolvimento de sistemas de certificação e a implementação de programas de capacitação. Este modelo constitui um pilar essencial para a continuidade das políticas sanitárias de longo prazo, alinhadas aos Programas Sanitários Oficiais do Rio Grande do Sul, e se configura como uma estratégia eficaz na preparação tanto para emergências sanitárias como para execução de saneamento de doenças.
Desenvolvimento do SIGEVS – Sistema Inteligente de Gestão de Eventos Veterinários e Sanitários
A apresentação da palestra “Desenvolvimento do SIGEVS – Sistema Inteligente de Gestão de Eventos Veterinários e Sanitários”, foi feita por Felipe Amadori Machado, do Laboratório de Computação Ubíqua, Móvel e Aplicada (Lumac), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O trabalho foi realizado em parceria com a Seapi, e mostra a ferramenta desenvolvida para responder de forma rápida a eventos sanitários. Ela foi testada pela primeira vez no surto de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em Rio Pardo, em fevereiro de 2024, reduzindo o tempo de análise de 3 a 4 horas para minutos e melhorando o gerenciamento das equipes. Isso resultou em uma resposta rápida e eficaz, com uso eficiente de recursos e conformidade com os padrões de biossegurança. Em julho de 2024, foi aplicada no surto de doença de Newcastle em Anta Gorda, facilitando a contenção, coordenando as equipes e apoiando a alocação de recursos, contribuindo para uma resposta eficiente e alinhada aos protocolos sanitários. Através da implementação e aplicação da ferramenta, foi possível concluir que a adoção de ferramentas tecnológicas desenvolvidas especificamente para as atividades complexas do Serviço Veterinário Oficial (SVO) é um investimento essencial, resultando em melhorias substanciais nas ações de Defesa em Saúde Animal.
Os resumos completos dos trabalhos podem ser acessados aqui: Trabalhos apresentados no Seminario Pré-Cosalfa 51