Reconstrução dos setores apícola e meliponícola é tema de reunião da Câmara Setorial
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Profundamente atingidos pelas enchentes que castigaram o Rio Grande do Sul em maio, os setores da apicultura e da meliponicultura estão se reorganizando e elaborando um plano de reconstrução das cadeias produtivas. O tema foi abordado durante a reunião da Câmara Setorial da Apicultura, realizada de forma remota nesta terça-feira (4/6) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
“A situação é muito grave, o setor foi drasticamente afetado. O levantamento inicial da Emater/RS-Ascar contabilizou, até 24 de maio, 16 mil colmeias perdidas, mas projetamos uma perda que vai de 35 a 60 mil colmeias, entre apis e abelhas sem ferrão”, destacou o coordenador da Câmara Setorial, Patric Luderitz.
As enxurradas não causaram apenas a mortandade das abelhas pela perda das colmeias. As consequências das enchentes terão efeitos duradouros sobre a vida dos insetos, uma vez que a floração de maio, que daria reserva energética para as abelhas durante o inverno, foi toda perdida.
“O impacto já começa agora, na polinização da canola: não vai ter abelha suficiente para a cultura. Contabilizando as perdas das enchentes de setembro e a falta de florada no verão, a verdade é que perdemos praticamente toda a nossa safra de mel, estamos com estoques baixíssimos”, alertou Luderitz.
Entidades ligadas aos apicultores e meliponicultores elaboraram um plano de reconstrução do setor, solicitando que a Seapi disponibillize o Parque Apícola de Taquari para estruturar linhas de fabricação de caixas, laminadores de cera e produção de cúpulas e núcleos, para repor o que foi perdido pelos produtores. A possibilidade de doação de abelhas vindas de outros estados também motivou o setor produtivo a pedir à Seapi uma normativa que preveja a realização de quarentenas destas colmeias, a fim de evitar o ingresso de doenças e pragas no território gaúcho.
Outro encaminhamento da Câmara Setorial, a ser levada ao secretário Giovani Feltes, é a viabilidade da compra de alimentação, de forma subsidiada ou inteiramente bancada pelo governo, para que os produtores possam manter as colmeias sobreviventes durante o inverno.
Sebrae auxilia produtores rurais
Fabiano Nichele, do Sebrae/RS, apresentou linhas gerais do programa Sebraetec Supera, ação que disponibiliza consultoria para avaliação do espaço físico e elaboração do plano de negócio para reabertura de empresas afetadas pelas enchentes, além de um recurso de até R$ 15 mil para pequenos negócios custearem reparos, serviços e aquisições necessárias para voltarem a funcionar.
“Produtores rurais também podem se beneficiar do programa, desde que atendam aos seguintes critérios: ter CNPJ e inscrição estadual, possuir conta bancária com o mesmo nome da inscrição estadual, ter a propriedade em área alagada e o município estar no decreto de calamidade estadual, atualizado no Diário Oficial do Estado em 30 de maio”, listou Fabiano.
O contato inicial pode ser feito pelo site https://sebrae.rs/supera.
Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Confederação Brasileira de Apicultura e Meliponicultura (CBA), Emater/RS-Ascar, Embrapa, Farsul, Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Federação das Associações de Meliponicultores do Estado do Rio Grande do Sul (Femers), IBGE, Ministério da Agricultura e Pecuária, Sebrae, Uergs e UFPel.